6 de novembro de 2011

Soneto (Maciel Monteiro)

Tamara de Lempic - High Summer, 1928, oil on wood, private collection.



Soneto
Maciel Monteiro

Formosa qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
Formosa qual jamais desabrochara
Em primavera a rosa purpurina;

Formosa qual se a própria mão divina
Lhe alinhara o contorno e a forma rara;
Formosa, qual no céu jamais brilhara
Astro gentil, estrela peregrina;

Formosa, qual se a natureza e a arte
Dando as mãos em seus dons, em seus lavores
Jamais pôde imitar no todo ou parte;

Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te sem morrer de amores?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita!