Tamara de Lempic - High Summer, 1928, oil on wood, private collection.
Soneto
Maciel Monteiro
Formosa qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
Formosa qual jamais desabrochara
Em primavera a rosa purpurina;
Formosa qual se a própria mão divina
Lhe alinhara o contorno e a forma rara;
Formosa, qual no céu jamais brilhara
Astro gentil, estrela peregrina;
Formosa, qual se a natureza e a arte
Dando as mãos em seus dons, em seus lavores
Jamais pôde imitar no todo ou parte;
Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te sem morrer de amores?
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