10 de janeiro de 2009

Suplício Eterno (Francisco Cavalcanti Mangabeira)




Suplício Eterno
Francisco Cavalcanti Mangabeira

Não devo amá-la e amo-a com loucura,
Quero esquecê-la e trago-a na lembrança...
Ai quem me livra desse mal sem cura
A que o destino trágico me lança!

Uma nuvem de tédio e de amargura
Cobre-me a loura estrela da esperança...
Tudo cansa por fim na vida escura,
Só este amor infindo é que não cansa!

Se os olhos cerro, vejo-a nos meus sonhos.
Se à noite acordo, sinto que enlouqueço,
De uma angústia nos vórtices medonhos.

E esta morte em que vivo jamais finda,
Pois quanto mais procuro ver se a esqueço
Sinto que a adoro mais ainda!